Tuesday, December 27, 2005

O drama… o horror… a tragédia…

O líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, na semana antes do Natal presenteou-nos com a ideia, se é que se pode chamar “ideia” a uma tirada destas, de que o terrorismo tem origem na chamada “esquerda”.
Ribeiro e Castro confundiu a época e pensou que estava no Carnaval ou em pleno 1 de Abril para nos despejar esta autêntica “bomba”.
O assunto é demasiado sério para que Ribeiro e Castro tente ganhar votos lançando uma pedrada destas para o autêntico charco político em que Portugal se transformou.
É quase como uma “fuga em frente”; quando nada há de útil a acrescentar para engrandecer o discurso político em Portugal, fica sempre bem na fotografia lançar um cliché qualquer sobre a cena internacional.
O terrorismo, seja o do 11 de Setembro, os ataques a Madrid ou a Londres, seja os menos “telegénicos” ETA, IRA ou o infindável conflito Israelo-Palestiniano são assuntos demasiado sérios para que o líder do CDS-PP diga o que disse.
Milhares de pessoas morreram ao longo dos anos vítimas do terrorismo.
O terrorismo não tem pai, pois não tem pátria, nem religião, nem quadrante político.
Floresce muitas vezes onde há opressão, segregação, onde ele é muitas vezes resposta (também ela ilegítima) a essa agressão.
É dever de todos e de cada um lutar pela tolerância, pela igualdade, pelo respeito dos direitos humanos, piores inimigos do terrorismo.
Onde houver uma sociedade justa não haverá fanáticos dispostos a imolarem-se sabe-se lá porque secretos desígnios.
Não é com “ideias” destas que se combate o terrorismo, atitudes rotuladoras como esta só contribuíram para o fanatismo.
É verdade que qualquer pessoa minimamente informada e com sentido crítico não vai nessa cantiga.
Mas no nosso Portugal rural e envelhecido em que um bom “sermão” pode decidir o sentido de voto, nunca se sabe.
Espero que as pessoas pensem bem nessa ideia de Ribeiro e Castro, para depois a/o guardar em grande destaque na gaveta do esquecimento.

4 Comments:

At 9:56 PM, Blogger Desambientado said...

Escrevi no Caderno nº2 do Congresso da Cidadania:
"Quando a desordem, o individualismo e a irresponsabilidade imperam, cometem-se as maiores atrocidades em nome de causas morais. Esse terror, desvia as atenções humanas para uma única causa, a da sobrevivência individual. Nessas condições não há desenvolvimento humano porque não há uma consciente participação na sociedade, nem um questionamento de comportamentos, atitudes e valores. Assim, para um desenvolvimento sustentável global também terá que haver um combate global à fome, à miséria e ao terrorismo."

Concorda?

 
At 2:59 PM, Blogger Desambientado said...

Emanuel (Melena).

Estou totalmente de acordo consigo.
Por vezes penso o quanto ingénuos podem ser alguns valores,como aqueles que aqui estamos a veícular e que na prática não passam disso: simples pensamentos. Como pomos em prática, ou promovemos, aquilo que dizemos? Como combatemos a fome a nível global? Mas também penso que pensar nisso poderá ser um bom começo.

Comecemos então a pensar na abstenção. Um passo de cada vez, um pensamento a seguir ao outro...

 
At 8:53 PM, Anonymous Anonymous said...

Concordo contigo. Este senhor cometeu uma grande asneira mal abriu a boca. Devia ter entrado uma mosca e assim teria sido um momento bem mais cómico que as suas declarações. Todos nós sabemos que o terrorismo vem do fanatismo, vem da capacidade de nao consiguirem libertarem-se de uma pressao. bem foi mais um momento hilariante deste senhor. Mas fica a pergunta? Para quando yum lider de jeito para o CDS-PP? Bem que precisam. E tenho dito!

 
At 11:50 AM, Blogger melena said...

Avelar

Concordo inteiramente contigo, na nossa democracia em que os partidos políticos são os actores principais (não concordo que o devem ser) é importante que os todos os partidos tenham bons líderes capazes de mobilizar os cidadãos.
No caso do CDS-PP depois do ultra-demagógico Paulo Portas, parece que Ribeiro e Castro quer manter a herança.

 

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