Friday, December 23, 2005

O “maciço” Marques Mendes

Domingo ao início da noite estava eu a conduzir ouvindo com interesse o noticiário da TSF, quando ouvi o líder do PSD dizer “o aumento dos impostos é uma arma de destruição maciça do emprego”.
Sei que nos últimos anos muito se falou em armas de destruição maciça, e muitas dessas vezes em plenos serviços (des)informativos das nossas TV.
Apesar de, para muitos, «A Verdade» ser o que passa na televisão, estou tentado a arriscar que aquilo em que Marques Mendes pensou era “em massa”, em vez de “maciça”.
Em ambos os casos o objectivo será a referência à capacidade de atingir muitas pessoas e não à qualidade de ser compacta.
Senão vejamos, a definição do adjectivo “maciço”: compacto, espesso, sólido.
Enquanto que o vocábulo “massivo” não consta do dicionário que consultei, aliás na linha da maioria dos vocabulários e especialistas.
Para pequeno vislumbre dos rios de tinta que tal controvérsia levanta um olhar rápido a http://ciberduvidas.sapo.pt/ é esclarecedor.
Encontramos sim, o substantivo “massa” que por sua vez significa: grande quantidade de pessoas, multidão.
Por tudo isso, para muitos especialistas a expressão correcta é “em massa”, essa sem sombra de dúvidas relativa à capacidade para atingir uma multidão, já maciça (pode) significa(r) que a arma é compacta.
Penso que isto não é um pormenor, apesar de serem os pormenores o que nos definem.
E eu que até acho que Marques Mendes tem feito um trabalho maciço (no sentido de sólido) no interior do seu partido.
Agora que na pré-campanha presidencial se falou sobre o patriotismo e que Vasco Pulido Valente, no Público de dia 16, se interrogava sobre “onde buscar o fundamento para o amor à Pátria”, só me apetece citar Pessoa: “a minha pátria é a minha língua”.
Pois que seja, mas ao menos que seja bem tratada... “em massa” como é óbvio.

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