Friday, April 21, 2006

Antero de Quental

esta terça-feira fez 164 anos que nasceu o Senhor que segue:




Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 - 11 de Setembro de 1891) foi um escritor, político e poeta português. Conferencista no Casino Lisbonense, também chamadas de Conferências do Casino, com a palestra Causas da Decadência dos Povos Peninsulares. Pertenceu ao grupo da geração de 70.

Antero de Quental em Julho de 1855 foi estudar em Coimbra. Matriculou-se na Faculdade de Direito em 1858 e concluiu o curso em Julho de 1864. Em 1865, foi um dos principais envolvidos na polémica conhecida por Questão Coimbra, em que humilhou António Feliciano de Castilho, seu antigo professor e crítico literário que se tinha por cânone para os escritores nacionais: ao livro "Odes Modernas" de Antero, Castilho respondeu com críticas duras sobre o jovem tolo que escrevia de forma assaz estranha e de gosto muito duvidoso. Antero respondeu com o opúsculo "Bom Senso e Bom Gosto", em que definia a sua literatura por oposição à instituída: ao Ultra-Romantismo decadente, torpe, beato, estupidificante e moralmente degradado, Antero opunha o Realismo, a exposição da vida tal como ela era, das chagas da sociedade, da pobreza, da exploração.

Antero defendia a poesia como "Voz da Revolução", como forma de alertar as consciências para as desigualdades sociais e para os problemas da humanidade. Em 1866 foi viver em Lisboa, onde trabalhou como tipógrafo. Uma profissão que exerceu também em Paris, em Janeiro e Fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Em 1874 adoeceu de psicose maníaco-depressiva, que desde então o afligiu, acabando por suicidar-se.

5 Comments:

At 4:20 PM, Blogger Carolina Almeida said...

MORS-AMOR

Esse negro corcel, cujas passadas

Escuto em sonhos, quando a sombra desce,

E, passando a galope, me aparece

Da noite nas fantásticas estradas,



Donde vem ele? Que regiões sagradas

E terríveis cruzou, que assim parece

Tenebroso e sublime, e lhe estremece

Não sei que horror nas crinas agitadas?



Um cavaleiro de expressão potente,

Formidável, mas plácido, no porte,

Vestido de armadura reluzente,



Cavalga a fera estranha sem temor:

E o corcel negro diz: «Eu sou a Morte!»

Responde o cavaleiro: «Eu sou o Amor!»

Soneto de Antero de Quental

 
At 4:39 PM, Blogger melena said...

carolina

mto obrigado pelo soneto

 
At 11:48 AM, Blogger Desambientado said...

Este é o lugar da cultura, o lugar onde sempre se aprende.
Creio que este blog será, no seu final, uma enciclopédia interactiva.

 
At 10:01 AM, Blogger melena said...

desambientado

obrigado pela visita e pelas palavras.

tentarei dar sempre o meu melhor

um abraço

 
At 12:38 PM, Anonymous Anonymous said...

Antero recorda-me tempos conturbados, dificéis, quando ainda não sabia quem era.
Antero será sempre para mim a noite escura e eterna da obscuridade.

 

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