Primeiro que tudo confesso que sai desiludido do cinema.
A fama que rodeia o filme, temo bem que seja apenas pelo tema picante. Vejamos.
A história é perfeitamente banal (se excluirmos o facto de ser entre dois homens), pois é a história de um amor impossível. Muitas outras já foram contadas no cinema: amor entre pessoas de cor diferente, de credos diferentes ou de classes sociais diferentes e também entre pessoas do mesmo sexo.
Na história e na maneira como o filme é contado não há nada de novo nem de arrebatador. A realização é competente mas não excepcional. A interpretação não é das melhores (talvez outros actores tiveram medo de aceitar o desafio) mas a verdade é que os actores são medianos na sua interpretação.
É preciso não esquecer que arte além de conteúdo é também forma. O conteúdo é pertinente, e Ang Lee tem esse mérito. A arte em geral e o cinema em particular são bons veículos para chamar a atenção para temas que merecem a nossa reflexão. A ideia é boa mas a execução é apenas suficiente. Não deve ser denegrido (pelos retrógrados do costume) nem elogiado (má consciência pela discriminação que os homossexuais sofrem na realidade?) por tratar o tema homossexual, mas sim pelo mérito que tem como filme.
Num ponto é excelente: é um bom teste para ver como lidamos com o tema. Segundo uma amiga, na sessão que ela assistiu, após a primeira relação sexual homossexual, cerca de 4 homens saíram da sala e nunca mais voltaram. Prova da muita hipocrisia e intolerância na nossa sociedade? Só por isso talvez valha um visionamento.
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3 Comments:
Pelos vistos ficou muita gente incomodada com o filme. Não é que ninguem comentou!!!!!
bea
ou ninguem viu, nao quiseram comentar, ou é mesmo um tema que ainda incomoda
Eu aposto que é do incómodo! Afinal eu por exemplo, cheguei ao fim do filme com uma certa melancolia porque eles não ficaram juntos!
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