Friday, December 07, 2007

o doutor

Foi o acaso, de ao tempo não ter médico de família, que me conduziu para uma consulta com o Dr. Aníbal Furtado Lima. E depois a mais outra.

Recordo ter ouvido “vais ao médico das sandálias” e até “ele diz coisas que não interessam”.
O que me ficou foi um ser humano extra-ordinário.
Percebo os comentários que ouvi, pois “eles” não sabem nem sonham do que o bom Dr. falava.
De um mundo simples, natural, humano, virado para a natureza e para Deus.

A saúde de que ele falava era uma saúde completa: corpo, mente e alma.
Era muito admirado por tudo que empreendeu (Clínica do Bom Jesus) e também incompreendido por todos os que nasceram noutro mundo.

Não sou isento, mas achei uma piada tremenda ao seu jeito de ser.
A sua natureza peculiar agradou-me de imediato.
As “lenga lengas”, que sabia e de memória as repetia, eram condensados de sabedoria acumulada de anos e anos de prática.

Ele não estava no consultório para despachar clientes, mas sim para curar doentes.
Contar-lhes um pouco do que ele próprio aprendera com a vida. Transmitir sabedoria.
E por certo, cada vez eram menos os que o ouviam com agrado, deleite e atenção de quem houve uma história que tem uma moral.

Já não existem médicos como ele.
A nossa saúde física depende muito de como vivemos, do que comemos e da nossa saúde mental e espiritual.
Sim, ele estava certo

Á sua memória fica:
*«A herança que deixamos.
O sentido que damos à vida depende em parte do sentido que damos à morte.
Não vivemos para morrer, mas morremos para viver mais e melhor.
Ainda assim, na nossa passagem pela Terra, todos, crentes e não crentes, temos de pensar na herança que deixamos às gerações futuras.»

*Novembro (mês em que partiu para onde terá a saúde suprema) no calendário dos Missionários combonianos

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