Alto e bom som
Desloquei-me com frequência ao Hospital nos últimos tempos, sempre na qualidade de acompanhante.Estando eu na sala de espera (à espera) ensimesmado na minha revista (fui prevenido).
E eis senão quando, sem trombones que o anunciasse, surge um carro destramente manobrado por uma senhora.
Ao lado dela uma outra senhora que rompe com o silêncio (feito de murmúrios) que reinava na sala, com um saudável «bom dia».
Alto e bom som, reflectindo a sua bonomia (que ou se tem ou não se tem), pergunta às pessoas se desejam tomar um café ou chá acompanhado de bolachas.
Foi um autêntico salvamento.
Mais do que o café e as bolachas que forraram o meu despido estômago.
Foi a sua atitude cordial, pois a todos tratou com a mesma afabilidade, que nos aconchegou.
Ajudou a que o resto da espera fosse encarado com um sorriso (mesmo que escondido atrás da revista).
Foi contágio não haja dúvida.
2 Comments:
Devo anunciar que essas senhoras que irromperam com o silêncio da sala de espera são voluntárias.
São els que muitas vezes que com dois dedos de conversa uns dias mais prolongados fazem que a espera seja menos chata e que a dor ou angústia diminua.
Um bem haja a essas SENHORAS.
Grosso modo, vivemos todos tão fechados nas nossas conchas, ou seja tão centrados nos nossos problemas, preocupações e pensamentos, que é sempreca reconfortante quando alguém tem um gesto de simpatia pontual que irrompe o silêncio, não apenas o exterior, mas principalmente o silêncio que vai dentro de nós.
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