OCEANO NOX
Junto do mar, que erguia gravementeA trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente
Junto do mar sentei-me tristemente
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente…
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais…
Antero de Quental
5 Comments:
Foi pena o tiro na cabeça. Grande escritor açoreano mas .....
eu
AQ foi um génio.
o tiro na cabeça...
Lindo.
A princípio pensei tratar-se de um poema ambientalista, dado que o oceano também emite óxidos de azoto denominados de NOx, provavelmente se Antero vivesse agora abordaria essa temática.
Um poema fantástico
desambientado
e
carolina
sem duvida, AQ sabia o que escrevia
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