Tuesday, January 16, 2007

OCEANO NOX

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente

Junto do mar sentei-me tristemente
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente…

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais…

Antero de Quental

5 Comments:

At 12:43 PM, Anonymous Anonymous said...

Foi pena o tiro na cabeça. Grande escritor açoreano mas .....

 
At 7:49 PM, Blogger melena said...

eu

AQ foi um génio.

o tiro na cabeça...

 
At 11:23 AM, Blogger Desambientado said...

Lindo.

A princípio pensei tratar-se de um poema ambientalista, dado que o oceano também emite óxidos de azoto denominados de NOx, provavelmente se Antero vivesse agora abordaria essa temática.

 
At 8:25 PM, Blogger Carolina Almeida said...

Um poema fantástico

 
At 8:53 PM, Blogger melena said...

desambientado

e

carolina

sem duvida, AQ sabia o que escrevia

 

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